Capitulo 4 o Desmaio

Capitulo 4 O desmaio.

É incrível como podemos ser tão inocentes e se render ao amor, como ele impossibilita um pouco do nosso racional ao qual fatalmente às vezes ficamos a mercê dele, o amor que pode ser singelo também pode nos ferir mortalmente. Não uma morte qualquer, a morte do nosso ‘coração’, podemos estar vendo pessoas ‘mortas’ por ai, no entanto, não prestamos muita atenção, afinal quem nunca sofreu por amor?

--- Ralph preciso falar com você. Dizia Leonardo mais uma vez, pensando talvez que eu não tivera escutado de primeira.

--- Sim, pode falar Leo. Disse objetivamente.

Ele se sentou a minha frente todo sem jeito, parecia estar encabulado e nervoso.

--- Diga, aconteceu alguma coisa? Insisti.

--- O que vai fazer na hora do almoço? Cuspiu as palavras em cima de mim.

--- Nada de diferente vou almoçar naquele restaurante aqui perto, o de sempre. Informei-o.

--- Posso ir com você? Disse tímido.

--- Claro que pode, e tenho algumas perguntas sobre alguns trabalho...

Realmente fiquei assustado com a forma que Leonardo estava agindo, imaginei se estava com algum problema em casa, Leonardo é o tipo de pessoa que está sempre com você, no entanto quase não se abre, aqui na agência todo mundo sabe onde ele mora, mas ninguém nunca fora visita-lo, ou melhor, ele nunca nos convidou a nada. Seu aniversário é sempre comemorado na própria agência, natal e ano novo ele passa na casa de parentes distantes.

--- Vamos no meu carro? Disse Leonardo pegando a chave, antes que eu fizesse o mesmo.

--- Claro! Estou com preguiça de dirigir mesmo, quase não dormi. Disse brincando, brincadeira que era a pura verdade.

--- E o Jake, digo, Jacob? Quando ele volta? Disse Leonardo sem fazer aquela careta engraçada.

--- Eu também queria muito saber. --- Já estou morto de saudades. Disse entrando no carro.

Chegamos ao restaurante estava calor lá fora, mas lá dentro estava muito fresco e o cheiro estava ótimo. Sentei numa mesa próxima a janela ignorando a opinião do Leonardo se é que ele tivesse. Ficou mudo o caminho todo. Olhei pela janela e vi um homem do outro lado da rua de mãos dadas a sua mulher e com a outra mão empurrando um carrinho de bebê. Achei aquela cena tão bonita.

---Bonito não é? O casal? Disse Leonardo quebrando aquele silencio.

--- Ah você também reparou? Não é o máximo? Disse entusiasmadamente.

--- Sim. Disse ele.

--- Estou pensando em adotar um bebê, assim que o Jake for promovido. Apesar de que por mim já teríamos adotado.

A expressão do Leonardo era indescritível, estava pálido e imóvel. --- Você está bem Leo? Perguntei preocupado.

--- Sim estou bem, desculpe Ralph. E continuando ele expulsou uma frase. --- Ralph eu sou Gay!

Apesar de não ser nenhuma surpresa para mim, fiz uma cara de surpreso tentando não constrangê-lo.

--- Nossa Leo, nem sei o que dizer. Você precisa de algo? É por isso que tem estado assim?

--- É. Confessou ele. --- Nunca contei a ninguém, mas como você me conhece há alguns anos pensei que seria a melhor pessoa para conversar comigo. Disse de maneira tão piedosa.

Não me sentia nada especial em relação a ele, mas ao ver ele assim tão abatido de repente percebi que ele era um bom amigo e que agora precisava de minha ajuda. Não era mais apenas um colega de trabalho.

--- Não é a pior coisa do mundo. Disse serio. --- Nem todo mundo precisa saber disso. Isso faz parte de você e não dos outros. Tentei ser objetivo.

--- Eu vejo você tão natural falando do Jake. Tenho um pouco de inveja de vocês. Disse ainda tímido. --- Queria um amor assim para mim.

--- Leo é claro que você vai encontrar uma ótima pessoa, você é esforçado, trabalhador, simpático e... Interrompi-me.

Ia falar que ele era lindo, mas não ia cair muito bem, ainda mais, se os boatos do pessoal da agência fossem verdade, será que ele estava ali dizendo que era gay e se declarando para mim? Pensei bem.

--- E... As pessoas te adoram Leo. Não sei de onde tirei aquilo. Foi o melhor que pude dizer ali naquele momento e esperava que ele não percebesse e acho que não percebeu. E realmente ele era lindo, ao contrario do Jake que tinha cabelos negros e olhos castanho-escuros e pele morena. O Leonardo era Loiro, pele bem clara e um par de olhos azuis. Não era o tipo de pessoa que passava despercebida por ai.

--- Ralph, obrigado por me ouvir. Disse pegando em minha mão. Não sabia se puxava minha mão ou se deixava. Por fim a tirei.

--- Imagine Leo. --- Sempre que precisar de mim vou ouvi-lo e te aconselhar se necessário. Apenas viva! Disse levantando a mão chamando o garçom.

Leonardo ficou me olhando ainda por uns instantes de uma forma que não sei se gostei ou não. Alias percebi que quando o assunto era Leonardo nunca sabia de nada. Na volta até a agência sempre a mesma coisa, muito trânsito, muito calor e o Sol como de manha estava cantando em cima de nós. Queria reclamar do calor, mas sabia que o carro do Leonardo não tinha ar-condicionado. Se arrependimento matasse, devia ter pedido pra ele dirigir o meu carro.

Mas o calor que estava sentindo não era normal, estava me sufocando. Os sons de buzinas e motores foram ficando distante, o que estava acontecendo? Pensei. Suava mais que o normal, então olhei para Leonardo seus olhos arregalados olhando para mim. Senti um calafrio na espinha, as luz do sol parecia mais forte, não estava mais em si e a ultima coisa que ouvi. --- Ralph você está bem? Ai meu deus!

Desmaiei isso era uma certeza.

Uma imagem do Taylor Lautner: Essa seria a aparência do personagem Jacob. Não mutio forte , um ar alegre e jovial.